terça-feira, 6 de setembro de 2016

APRENDIZAGEM COM CELSO ANTUNES



Reflexão sobre o real problema na formação educacional.



A biblioteca roubada


            “A Carta Roubada” é um dos contos mais célebres de Edgar Allan Poe. Nele, o escritor norte-americano conta a história de um ministro que resolve chantagear a rainha roubando a carta que lhe fora endereçada por um amante.

            Desesperada, a rainha encarrega sua polícia secreta de encontrar a carta, que provavelmente deveria estar na casa do ministro. Uma astuta análise, com os mais modernos métodos, é feita sem sucesso. Reconhecendo sua incompetência, o chefe de polícia apela a Auguste Dupin, um detetive que tem a única ideia sensata do conto: procurar a carta no lugar mais óbvio possível, a saber, em um porta-cartas em cima da lareira.

            A leitura do conto de Edgar Allan Poe deveria ser obrigatória para os responsáveis pela educação pública. Muitas vezes, eles parecem se deleitar em procurar as mais finas explicações, contratar os mais astutos consultores internacionais com seus métodos pretensamente inovadores, sendo que os problemas a combater são primários e óbvios para qualquer um que queira, de fato, enxergá-los.

            Por exemplo, há semanas descobrimos, graças ao Censo Escolar de 2011, que 72,5% das escolas públicas brasileiras simplesmente não têm bibliotecas. Isto equivale a 113.269 escolas. Um descaso que não mudou com o tempo, já que, das 7.284 escolas construídas a partir de 2008, apenas 19,4% têm algo parecido com uma biblioteca.

            Mesmo São Paulo, o Estado mais rico da Federação, conseguiu ter 85% de suas escolas públicas nessa situação. Ou seja, um número pior do que a média nacional.

            Diante de resultados dessa magnitude, não é difícil entender a matriz dos graves problemas educacionais que atravessamos. Difícil é entender por que demoramos tanto para ter uma imagem dessa realidade.

            Ninguém precisa de mais um discurso óbvio sobre a importância da leitura e do contato efetivo com livros para a boa formação educacional. Ou melhor, ninguém a não ser os administradores da educação pública, em todas as suas esferas. Pois não faz sentido algum discutir o fracasso educacional brasileiro se questões elementares são negligenciadas a tal ponto.

            Em política educacional, talvez vamos acabar por descobrir que “menos é mais”. Quanto menos “revoluções na educação” e quanto mais capacidade de realmente priorizar a resolução de problemas elementares (bibliotecas, valorização da carreira dos professores etc.), melhor para todos.

            A não ser para os consultores contratados a peso de ouro para vender o mais novo método educacional portador de grandes promessas.



Por Vladimir Safatle, na Folha de S. Paulo






quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Compartilhando conhecimentos

      
        
 Compartilhando conhecimento temos a possibilidade de agregar valor e saberes ao que já fomos acessados, reconstruindo  conceitos e atitudes as nossas práticas diárias. 
    Trocar experiências pedagógicas e interpessoais significativos no cotidiano, o blog permite maior interatividade.

 

Vida Maria


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Apresentação do blog



        Em busca constante de conhecimento, novos desafios e objetivos para serem conquistados diariamente com autonomia e confiança que tudo é possível com dedicação.